Novas linguagens, novas apostas
17 setembro, 2013
As novas linguagens trazem à sociedade uma cultura múltipla. Fazê-las, nos dias modernos, e principalmente no Brasil, é apostar em um retorno – não apenas financeiro – como a admiração do espectador da arte. Sabemos da dificuldade de expandir o mercado da cultura em nosso país, o que torna o entendimento de outras linguagens ainda mais complexo. O público paga para apreciar o novo, o bem feito, aquilo que provoca emoções.
Foto: tenaciousme O cinema nacional produziu o primeiro filme em 3D do Brasil. A comédia “Se puder…Dirija!”, dirigido por Paulo Fontenelle e protagonizado por Luís Fernando Guimarães, entrou para nossa história. Mas a grande pergunta feita pelos críticos foi: por que fizeram este filme em três dimensões?
Na minha opinião, é muito importante reconhecer que foi uma vontade cautelosa do meio artístico em mostrar que temos capacidade de explorar outras linguagens. A simplicidade do roteiro, o cuidado com estratégias de fotografia e a tecnologia explorada construíram a linguagem em movimento diferente do que já existia.
O Partio estudou a demanda do investimento na cultura e apresentamos o “Se puder…Dirija!” como um projeto de captação às empresas que, como apoiadoras da cultura nacional, entenderam a importância histórica, linguística e cultural do projeto e financiaram o longa. Assim, além de mostrarmos ao público a realização de um cinema “novo” brasileiro, fizemos nosso papel de captador e incentivador, mostrando que iniciativas possuem sempre suas vantagens.
Como já disse aqui, pelo desafio e dificuldades na captação para o projeto de suas vidas, alguns artistas tendem a enxugar investimentos em marketing ou recursos técnicos. Nesse caso, a conquista de uma nova linguagem provou que essas dificuldades estão sendo enfrentadas sempre que a vontade de fazer algo inovador, mesmo que seja criticado, é maior. Isso mostra que podemos crescer de diversas formas em nosso cenário cultural enquanto houver coragem por parte da cadeia produtor – investidor.